Comitê debate situação epidemiológica da dengue e chikungunya em Toledo 266g5c

Representantes de diferentes setores da istração pública, entidades da sociedade civil e iniciativa privada reuniram-se, na tarde desta terça-feira (10), no Centro Municipal de Controle e Endemias, para discutir estratégias de enfrentamento às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Foi o terceiro encontro do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus em 2025.
A reunião contou com a participação da secretária de Saúde, Adriane Monteiro Santana. Em sua fala de abertura, ela destacou o papel estratégico do grupo no enfrentamento às arboviroses e chamou atenção também para o aumento expressivo de doenças respiratórias no município nas últimas semanas. “Participo do comitê desde o início do ano e sei da importância deste grupo no combate à dengue, uma doença que, neste momento, felizmente, está sob controle em nosso município. Nosso foco agora está no atendimento às pessoas com SRAG [síndrome respiratória aguda grave] e peço a todos para que adotem medidas preventivas, como lavagem frequente de mãos, etiqueta respiratória e, principalmente, a vacina contra a Influenza”, salienta.
Os dados mais recentes sobre a dengue, apresentados pelo diretor de Vigilância em Saúde, Junior Palma, deram o tom da discussão: entre 29 de dezembro de 2024 e 6 de junho deste ano, foram confirmados 1.047 casos da doença em Toledo. No total, houve 5.406 notificações, das quais 588 ainda aguardam resultados de exames e 3.771 foram descartadas. Uma morte causada pela doença foi registrada no período.
A febre chikungunya também acende o sinal de alerta. Dez casos já foram confirmados em 2025, enquanto outros cinco ainda estão sob investigação. No mesmo período, 16 notificações foram descartadas após resultado laboratorial negativo.
LIRAa
Outro ponto de destaque foi a apresentação dos resultados do terceiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre os dias 5 e 6 de maio. A partir da vistoria de aproximadamente 2.500 imóveis em diferentes regiões da cidade, apurou-se um Índice de Infestação Predial (IIP) médio de 2,1%.
O detalhamento por bairros evidenciou a persistência de padrões já identificados em levantamentos anteriores, especialmente quanto aos locais com acúmulo de criadouros. “Quase sempre são os mesmos objetos que mais servem de criadouro para o Aedes, como vasos, baldes e outros objetos que se enquadram como lixo doméstico. A partir do resultado do LIRAa, realizamos um mutirão nos bairros com maior índice e orientamos os moradores sobre estes focos”, detalha Junior.
Ações e prevenção
O diretor também trouxe dados às atividades educativas realizadas nos primeiros cinco meses de 2025. Ao todo, foram 45, incluindo ações em escolas, empresas, órgãos públicos e eventos. As ações abrangem também orientações sobre escorpiões, visitas a imóveis de pessoas acumuladoras e entrevistas em veículos de comunicação.
No campo da prevenção, Junior Palma também destacou o avanço da vacinação contra a dengue em adolescentes de 10 a 14 anos. Desde o início da campanha, em maio do ano ado, foram aplicadas 5.251 doses, sendo 3.414 primeiras doses e 1.837 segundas.
Também foram explanados dados a respeito das atividades dos agentes de combate a endemias (ACEs) no primeiro quadrimestre deste ano. “É importante que os participantes deste comitê espalhem a mensagem de que, quando o agente de combate a endemias chega numa residência e não é atendido, este deixa um cartão para o morador entrar em contato e marcar uma visita. Essa consciência deve ser de todos, recepcionando melhor estes profissionais que são a linha de frente no combate à dengue”, pontua o coordenador do Setor de Combate às Endemias, Antônio José Sousa de Moraes.
Análise geral
O chefe da Divisão em Vigilância em Saúde da 20ª Regional de Saúde, Felipe Hofstaetter Zanini, falou da necessidade de vigilância constante em relação à dengue. “A cultura de notificar pacientes com sintomas suspeitos é bem forte em Toledo e, graças a isso, é possível conter a velocidade de disseminação, acelerando o rastreio. Por conhecer sua população e ser responsável pelos servidores que fazem este trabalho, os municípios têm soberania em seus territórios no que diz respeito o combate às arboviroses”, analisa Felipe.
Em sua fala, o enfermeiro da Vigilância Epidemiológica da 20ª Regional, Fábio Molina, abordou o cenário estadual e reforçou orientações sobre o plano de contingência. “Temos, para esta época, um cenário menos gravoso que em anos anteriores. Estamos no nível 1 do plano de contingência vigente e essa tranquilidade deve ser útil para ajustar o documento que será colocado em prática em 2026, mantendo o que funcionou e corrigindo o que não foi bem”, aconselha. “Devemos fazer isso, pois o cenário segue incerto, com aumento considerável no número de casos de febre chikungunya, mas também com outras arboviroses, como o incluindo ouropouche e mayaro, rondando o nosso estado”, alerta.
A secretária do Meio Ambiente, Luciana Alves Fogaça, se fez presente e pediu a colaboração do Setor de Endemias e dos participantes do comitê nas ações do Junho Verde. “Peço a colaboração de todos, sobretudo na ação de limpeza que ocorrerá no próximo sábado, dia 14. Pela manhã, vamos ar pelos bairros Pioneiro, Boa Esperança e Operária; à tarde, no Coopagro”, convida. “Em caso de chuva, vamos transferir esta ação para o sábado seguinte, dia 21”, observa.
Por consenso entre os participantes, a próxima reunião do comitê foi agendada para o dia 21 de agosto, às 14h, no Centro Municipal de Controle e Endemias.
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